sábado, março 29, 2008

Notícias Bogueiras


O fiel, credível, actualizado, lançador de boatos falsos e amigo "Ganda Boga" tem o prazer de anunciar aos seus milhares de seguidores diários o lançamento de um espaço noticiário de revista da semana. Este espaço tem a particularidade de não prestar e de, provávelmente, já não estar cá para a semana, pois com certeza que me aborrecerei a escrever outro post sobre isto... No entanto, pode ser que não.
Esta semana foi pródiga em notícias. Foram várias as transmitidas pelos diveros meios de comunicação.
O caso da professora que tentou gamar o telemovél a uma aluna do secundário, foi amplamente abordada e motivo de diversa especulação. O NB (Notícias Bogueiras), estranha que nunca ninguém tenha referido o atentado à moral que é o processo que a agressora (a professora) está a mover contra uma turma que foi violentada nos seus direitos básicos de comunicação. Já não bastavam os comboios da linha de Sintra, o Martim Moniz, a Cova da Moura e outros que tal, para agora os jovens já não terem segurança dentro das próprias salas de aulas. Esta aluna viu o seu telemóvel ser roubado por uma professora. Ora, óbviamente que esta jovem corajosa tentou reaver o seu bem tão precioso. Por outro lado destaque-se a cabeça fria do colega que soube filmar tudo a fim de fornecer provas à polícia e aos meios de comunicação social - a violência na escola não pode ficar impune!
Portugal voltou a jogar com a Grécia. Numa partida disputada em Dusselforf (ou que raio é), a equipa de todos nós, deslocou-se ao estrangeiro e mostrou o que de melhor temos para apresentar. Ora, como na Alemanha tinhamos feito alguns jogos bastante conseguidos em 2006 (para quem não se lembra, em 2006 o Mundial de Futebol disputou-se no país de Goethe, Kant, Marcuse, Planck, Gropius e do pastor alemão), voltamos passados 2 anos para mostrar que também sabemos jogar mal, abordar mal os jogos e vontade de não representar a selecção. A isto juntou-se a possibilidade que Miguel Veloso, Carlos Martins e Nuno Gomes tiveram, para fazer ver ao treinador, de que são óptimas opções para ficar em Portugal a torçer pela equipa das quinas durante o Euro 2008.
Em notícias relacionadas, o défice orçamental desceu para os 2,6% e instantaneamente o Primeiro-Ministro prometeu baixar o valor mais alto do I.V.A., de 21% para 20%. Os supermercados que prometeram não subir o I.V.A de 19% para 21%, quando em 2004 (NB, não se lembra em que ano se deu este aumento, por isso atirou um ano ao calhas) se deu esta subida, é que ficaram preocupados, já que das duas uma: ou descem os 19%, para 18%, e ficam bem vistos, ou os que subiram para os 21%, vão apresentar uma vantagem publicitária, já que podem dizer: "Baixamos o IVA, para que todos venham aqui comprar chocolates, gelados e pensos higiénicos)."
Claro que a oposião veio a correr dizer que o I.V.A. devia ter baixado para os 19% de uma vez, mas José Sócrates nunca ouviu o ditado: "Não deixes para amanhã o que podes fazer hoje". Engraçado foi o primeiro ministro que tem nome de filosofo, dizer ao líder parlamentar que tem nome de ex-primeiro ministro, que não este não tinha qualquer moral para dar conselhos (o NB, não tem a certeza se foram estas as palavras, mas não teve paciência para ir confirmar). Às vezes até parece que eles se preocupam com os portugueses, mas quando vemos os debates, como este que referi, percebemos logo que como esta semana não houve campeonato nacional de futebol, os partidos tiveram de fazer o trabalho equivalente, na disputa clubistica.
Assim, o campeonato nacional parlamentar está ordenado da seguinte forma:
1º - P.S. - 78 gritos 81 risotas idiotas conseguidas 50 risotas parvas sofridas
2º - P.S.D - 70 g 83 r.i.c. 59 r.p.s.
3º - B.E. - 53 g 40 r.i.c. 41 r.p.s.
4º - P.C.P - 53 g 39 r.i.c. 38 r.p.s.
5 º - "Os Verdes" 31 g 20 r.i.c. 1 r.p.s.*
Sem classificação CDS - O partido de Paulo Portas parece ter desaparecido das luzes parlamentares.
* "Os Verdes" foram ignorados pelos restantes partidos, mas conseguiram uma risota parva sofrida por complacência dos amigos do P.C.P.
Por fim uma referência aos 36 anos de Rui Costa e à entrevista de desejos masoquistas de Pinto da Costa: «Acredito na Justiça Divina e hoje pedi a Deus que prove a inocência de quem estiver a falar a verdade. E pedi também que quem está a mentir nunca mais durma descansado. A essas pessoas, peço que lhe caiam as maiores desgraças.» (Fonte: www.maisfutebol.iol.pt)
Nota: O NB não teve paciência para rever o conteúdo e a composião deste texto.

segunda-feira, março 24, 2008

Fuga à excepção

Nunca fui de criticar o governo ou as suas políticas - sempre achei que quem ocupa o poder se está a esforçar verdadeiramente por pôr o país a andar para a frente.
Acho que desde que começámos este blog nunca falámos de política. Mesmo com medidas muito controversas, nunca critiquei o governo deste primeiro-ministro. Sempre me esforcei compreender.

Até hoje...
Não consigo compreender mais o porquê deste terrorismo social.
A princípio ainda pensei: «É difícil, mas temos de aceitar. O esforço é necessário. Temos de saber suportar porque tudo isto é para o bem do país e, mais importante, para o bem das pessoas...»
Mas acho que não consigo pensar mais assim. A compreensão tem limites e o governo está a falhar completamente em perceber que se o cidadão está insatisfeito, por melhor que seja a medida, talvez não valha a pena seguir esse caminho (ou seguir esse caminho dessa forma). Não quero parecer hedonista, mas se o povo não sente prazer no dia-a-dia, se não consegue ver que existe um objectivo em todas dificuldades, se o povo está infeliz, não vale mesmo a pena. Tanto quanto sabemos temos apenas uma vida (as diversas religiões podem discordar), valerá mesmo a pena passá-la em sofrimento, em dificuldade e insatisfação? Não!
Não estou a apelar ao facilitismo, até porque acredito que não existem soluções fáceis, mas há maneiras e maneiras de as alcançar.
Por exemplo: Todos sabemos que é importante contribuirmos para a sanidade fiscal do Estado, pagando impostos. Em Portugal os valores taxados são muito altos, quando comparados com o ordenado médio luso e com o resto da Europa; o preço da electricidade, da gasolina, da água e do gás são dos mais altos do U.E. As pessoas vão se queixando, mas o que fazer? Provavelmente há jogos de interesses e preços cartelizados, que (para infelicidade e vergonha minha) vejo-me obrigado a admitir que sem os quais o país não anda para a frente. Agora o problema é: Qual a necessidade de ultrapassar e pisar a dignidade dos portugueses? Serão todos os portugueses iguais perante a lei? Sim, são. E perante o governo? Não, não são.

- O esforço de uns não tem paralelo em sectores mais endinheirados da sociedade - não quero saber das balelas de que quem é rico, trabalhou e investiu muito para chegar onde chegou, esses têm muito dinheiro e fazem eles muito bem - mas não deveriam este ter um papel social muito (muitíssimo) mais activo?

- Para quê humilhar os portugueses através de medidas como a fiscalização dos gastos de casamento? O povo não merece ser insultado assim - todas as outras cobranças (IVA, IRC, IRS, etc., etc., etc.,) chegam;

- Não conheço o novo estatuto mas, estarão 100 mil professores errados e meia dúzia de governantes correctos?;

- Será que alguém já percebeu que esta cegueira em aproximar Portugal da Europa, está na realidade a afastar o povo português da realidade (económica e social) da Europa?

- É necessário qualificar o povo português, mas são impostas medidas de estandardização do ensino universitário público que, além de o tornar muito (mas muito) menos eficiente e muito mais pobre em termos curriculares, torna-o quase privado. Ninguém se atreva a dizer que é assim que se passa na Europa toda, porque a Europa toda não tem um ordenado médio tão baixo quanto o português;

- São criados organismos, que por muito úteis que seja, desrespeitam a alma portuguesa. Refiro-me à ASAE. Parece que está na moda falar mal da ASAE, mas acho que era necessário regular e fiscalizar algumas acções e práticas alimentares e económicas, mas, infelizmente, o caminho seguido é o do ultraje. Não existe qualquer necessidade de fazer o caminho desta forma. Quem gosta de comparações com a Europa, vá lá fora e veja a realidade alimentar e económica e depois compare com a realidade portuguesa;

- De quando em vez lemos, vemos e ouvimos situações de perseguição à liberdade de expressão e de opinião...

Muito mais haveria a dizer, mas pergunto-me: Para quê? Para quê matar Portugal? Portugal, o país enquanto entidade legal, histórica, social e económica, só existe porque nele vivem pessoas que se dizem portugueses e são esses que deve experienciar e viver a nação, é para esses que devemos trabalhar e não para a entidade "Portugal".
Já chega de asneiras, já chega de cegueira, já chega de terrorismo social.